A enfermagem moderna, como arte de cuidar, tem sua trajetória pautada na construção de uma prática cientificamente fundamentada, com campo epistemológico próprio e incontestável valor social.
Se pudéssemos concordar com a ideia da professora Vilma de Carvalho, quando em seu livro Para uma Epistemologia da Enfermagem, parafraseando Japiassu, afirma que “(...) o novo modelo de cuidado de Enfermagem consagrou-se devidamente assentado em (...) ‘fundo de saber devidamente constituído para ingressar no santuário da positividade científica’.”, entenderemos a enfermagem como uma ciência em construção, que dia a dia vem lutando para consolidar o seu saber-fazer em evidências científicas de qualidade.
Por esse motivo, os enfermeiros têm se destacado cada vez mais como protagonistas no movimento de Saúde baseada em evidência, produzindo pesquisas dos mais variados métodos que objetivam fundamentar as práticas de enfermagem, otimizando recursos e reduzindo a um mínimo aceitável o risco de dano aos pacientes.
Trata-se de uma verdadeira revolução nas ciências da saúde, de modo geral, e na Enfermagem, em particular. Nas primeiras, vislumbramos um rompimento com o modo arcaico de fazer saúde, onde a opinião de um profissional dito expert sobrepujava provas científicas, para aceitação do método científico como forma mais fiável de se chegar a um conhecimento preciso. Na segunda, temos a Enfermagem desnudando-se da roupagem de categoria inferior e submissa a outras categorias profissionais, suplantando-se ao posto de arte e ciência com campo de conhecimentos bem delimitado, cada dia mais respaldado cientificamente, reafirmando o compromisso social assumido ininterruptamente desde os momentos mais críticos da história humana. A enfermagem nunca parou de cuidar!